O Coito Programado é uma técnica de reprodução assistida utilizada para aumentar as chances de gravidez em casais que enfrentam dificuldades para engravidar naturalmente. É um procedimento relativamente simples e menos invasivo em comparação com outras técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro. Esse método envolve o acompanhamento cuidadoso do ciclo menstrual da mulher e a programação estratégica de relações sexuais para otimizar as chances do encontro do óvulo com o espermatozoide para que ocorra a gravidez.
O Processo do Coito Programado:
1. Avaliação Inicial:
O processo geralmente começa com uma avaliação detalhada do histórico médico e de saúde do casal. Isso ajuda a identificar quaisquer problemas que possam estar afetando a fertilidade, como distúrbios ovulatórios, problemas de qualidade de esperma, deficiências nutricionais, alterações imunológicas, infecções ou outras questões médicas.
2. Monitoramento do Ciclo Menstrual:
A partir dos primeiros dias da menstruação a mulher é monitorada para determinar o momento da ovulação. Isso é feito por meio de ultrassonografias e testes de ovulação. O objetivo é identificar o período fértil, quando a ovulação ocorre e o óvulo está pronto para ser fertilizado. Geralmente as ultrassonografias são feitas entre o 1º e 3º dia da menstruação, depois entre o 8º e 10º dia, outra ultrassonografia entre o 11º e 14º, a depender de como está o desenvolvimento folicular até a constatação da ovulação e formação do corpo lúteo.
3. Programação Estratégica:
Com base nas informações do monitoramento do ciclo menstrual, a programação das relações sexuais é definida. O casal é instruído a ter relações sexuais durante o período fértil, quando as chances de fertilização são maiores. O período fertil geralmente ocorre entre o 5º dia antes da ovulação e até 24 horas após a ovulação.
4. Suporte Hormonal Opcional:
Em alguns casos, a mulher pode receber suporte hormonal para estimular o desenvolvimento de folículos ovarianos e regular a ovulação. Isso pode envolver o uso de medicamentos como o citrato de clomifeno, letrozol e gonadotrofinas.
5. Acompanhamento e Testes de Gravidez:
Após o período fértil, o casal aguarda duas semanas e realiza um teste de gravidez. Idealmente um BHCG quantitativo. Se o teste for positivo, isso indica uma possível gravidez bem-sucedida.
Caso contrário, o casal pode discutir com seu médico as opções para o próximo ciclo. Em geral, o mínimo de ciclos de coito programado para se considerar falha no tratamento é de 3 a 4 ciclos.
O coito programado oferece várias vantagens para casais que buscam conceber:
1. Abordagem Menos Invasiva:
Em comparação com tratamentos mais invasivos, como a FIV, o coito programado é menos invasivo e mais acessível.
2. Menos Estresse Emocional:
Para muitos casais, a abordagem menos complexa do coito programado pode reduzir o estresse emocional associado aos tratamentos de reprodução assistida.
3. Menor Custo:
O coito programado tende a ser mais econômico do que procedimentos como a FIV, tornando-o uma opção viável para casais com orçamento limitado.
4. Abordagem Natural:
O coito programado consiste na relação sexual natural do casal, não requerendo manipulação laboratorial.
Mas veja bem, é importante lembrar que o coito programado pode não ser eficaz para todos os casais e situações. Certas condições médicas podem impactar o sucesso da técnica, e são contraindicações para esse tipo de tratamento como por exemplo obstrução das trompas e alteração persistente no espermograma. Portanto, é fundamental que os casais se submetam a uma avaliação médica adequada antes de optarem por essa abordagem para não perderem tempo, reduzindo as chances de gravidez, aumentando o desgaste emocional e até mesmo financeiro.